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Mudança nos hábitos obriga alimentícias a adaptar atividade

A indústria alimentícia está ampliando o portfólio em meio à crescente exigência dos consumidores por produtos mais saudáveis, disseram ontem executivos em evento do setor em São Paulo.


"O que tem acontecido nos últimos anos e que vem se acelerando de forma exponencial é a mudança de hábito do consumidor e a maneira como ele tem pedido para desenvolvermos [novos] produtos. Mas os nossos equipamentos e a nossa estrutura [fabril] não está totalmente preparada para isso", afirmou o diretor sênior de ingredientes alimentícios América Latina da Cargill, Laerte Moraes.


Segundo ele, toda a cadeia de alimentos precisa se adaptar às mudanças, desde o fornecimento de insumos até o produto final, áreas nas quais a companhia atua. "Há alguns anos, fazíamos gordura a partir do óleo de soja para os recheios de biscoito. Mas o consumidor quis coisas diferentes e começamos a trabalhar com outros tipos de óleo. Isso seria simples se houvesse só um tipo de consumidor. Mas como não é, continuo produzindo todos os tipos de gordura que fazia antes e as novas", explica.


A diretora de categorias da Coca-Cola Brasil, Andréa Mota, também defende a ampliação da oferta de produtos. "Estamos revisando nossas receitas, reduzimos açúcar, mas também oferecemos opções com 100% açúcar. Também ampliamos o nosso portfólio com cafés, lácteos e chás", conta a executiva.


Na avaliação dela, como a indústria de alimentos já tem ocupado um lugar de vilão em relação à obesidade, a postura da gigante de bebidas tem sido tentar entender cada vez mais os problemas que levam ao aumento de peso e ao mesmo tempo estimular um "consumo mais equilibrado".


"No caso da Coca, oferecemos embalagens menores, de 200 ml, que é uma dose, como uma opção para quem quer consumir, mas em menor quantidade", cita Andréa.

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