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A revolução 5G

DCI - Fabio Medina - 07/02/2018


A revolução 5G está chegando à América Latina. Diferente de transições anteriores, como a de 3G para 4G, a mudança para o 5G irá transformar a América Latina de forma significativa e melhorar as vidas de mais de meio bilhão de pessoas, com uma enorme quantidade de máquinas conectadas (utilizando a Internet das Coisas). Os benefícios são promissores: velocidades ultrarrápidas de internet, carros autônomos e cidades inteligentes são apenas algumas aplicações que se beneficiarão do desempenho da rede 5G. Essa mudança, no entanto, também traz desafios, uma vez que abraçar a revolução 5G na região exigirá investimentos significativos. Para os usuários móveis, a diferença mais notável será a velocidade de acesso sem fio, em torno de 100 vezes melhor do que com o 4G, segundo a AT&T. Contudo, a mudança não será percebida pelo consumidor de um dia para o outro e a transição não será onipresente na região. A ideia, na verdade, não é que o 5G substitua completamente as gerações anteriores da rede móvel, mas, sim, complementá-las gradualmente onde faça mais sentido. A necessidade de investimentos significativos em infraestrutura é um dos principais motivos para a transição gradual para 5G na América Latina. Se o custo de implantação na região for semelhante ao dos EUA, estimado em 104 bilhões de dólares, de acordo com um relatório da consultoria em telecom iGR, o processo poderá levar ainda mais tempo. Para que a implementação seja bem-sucedida, os Operadores de Redes Móveis (MNOs) precisarão de mais do que nova rede de acesso por rádio. Já é possível prever que será necessária uma grande quantidade de fibra para gerenciar o aumento maciço de banda larga; utilização de frequências mais altas, que não viajam tão longe e nem atravessam obstáculos, como edifícios de centros urbanos; e também instalação de milhares de novas small cells 5G, as posicionando perto dos usuários finais para obter cobertura e desempenho desejados. Os órgãos reguladores terão o dever de encontrar maneiras de disponibilizar o espectro para 5G e trabalhar em colaboração direta com os operadores terrestres e de satélites. A União Internacional de Telecomunicações (ITU) estima que as redes 5G precisarão de 15 vezes mais espaço de espectro do que as tecnologias 2G, 3G e 4G combinadas. A mesma entidade também projeta que a região Latina está longe de atender às recomendações mínimas da instalação desse serviço móvel. Enquanto os EUA têm mais de 2.000 MHz alocados para celular, na América Central e Caribe esse número chega a pouco mais de 300MHz. O aumento da demanda por capacidade de espectro colocará operadores contra governos, que, hoje, reservam um espaço significativo da infraestrutura para entidades militares, que a utilizam para comunicação via satélite e monitoramento climático. Apesar de todos esses desafios, o potencial do 5G faz valer o investimento - especialmente para regiões emergentes como a América Latina - uma vez que o seu desempenho irá transformar vários setores. A transição para o 5G e o crescimento da economia IoT têm um potencial incrível na região. Se esse potencial será aproveitado, irá depender das prioridades ao longo dos próximos anos.

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