Setor de energia solar promete criar 100 mil novos empregos no Brasil até 2020
Fonte: Gazeta do Povo - 16.11.2016
Paraná - O cenário otimista para o setor de energia solar no Brasil deverá ter efeito positivo no mercado de trabalho. Nos próximos quatro anos, cerca de 100 mil novos empregos diretos e indiretos devem ser gerados nesta área em todo o país.
A estimativa é do Portal Solar, que reúne centenas de prestadores de serviços brasileiros especializados em energia fotovoltaica.
De acordo com o site, cerca de cinco mil novas empresas serão criadas até 2020 no país para atender ao crescimento da demanda por sistemas de energia solar. Rodolfo Meyer, diretor do Portal Solar, comenta que o maior responsável pelas contratações serão os pequenos empresários, que empregarão 80 mil trabalhadores para fazer frente ao avanço da geração distribuída. A maior parte das novas vagas será voltada aos profissionais de nível técnico. A geração centralizada, que é realizada por meio de grandes usinas com energia contratada em leilões do governo federal, deve criar aproximadamente 20 mil empregos.
“Instaladores e técnicos devem ocupar a maior parte das vagas a serem abertas, com uma média salarial de R$ 3 mil e R$ 4 mil, respectivamente. Os outros postos de trabalho serão destinados a engenheiros e equipes administrativas desses negócios, além dos trabalhadores envolvidos indiretamente”, explica Meyer.
O prognóstico positivo para o setor é confirmado pela Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Segundo Rodrigo Lopes Sauaia, presidente da instituição, “são gerados de 25 a 30 empregos a cada megawatt instalado por ano. Esses trabalhadores atuam na fabricação de equipamentos, projetos de engenharia para instalação de sistema, na parte logística, além dos profissionais de venda e administrativos que alimentam todo o ecossistema da energia solar”.
Contribuíram para o boom no setor o aumento nas tarifas de energia elétrica, que na média nacional teve aumento de mais de 50% no valor final da fatura em 2015, além do barateamento da tecnologia fotovoltaica, que na última década caiu cerca de 80%, comenta o presidente da Absolar. São esses motivos que o levam a crer que “em 2030 a fonte solar fotovoltaica se tornará uma das formas mais baratas de gerar energia elétrica no mundo, ocupando 8% da matriz energética brasileira”, complementa Sauaia.
Empurrão
A perspectiva que já era positiva ficou ainda melhor com a Resolução Normativa 687 da Aneel que entrou em vigor em março deste ano e flexibilizou a geração doméstica de energia, diz Rodolfo Meyer. “A geração condominial, compartilhada e o autoconsumo vão permitir novos modelos de negócio, aumentando o acesso da população a essas tecnologias”, explica.Segundo o Portal Solar, a maioria desses novos negócios serão criados de forma descentralizada, de acordo com a demanda da região. “Desta forma, a geração de empregos não estará presa somente nos limites geográficos das capitais, promovendo o desenvolvimento em todo território brasileiro”, ressalta Meyer.
O Brasil está numa fase de amadurecimento do seu setor solar, finaliza Rodrigo Sauaia. “De 2014 a 2015, aumentou em 320% o número de instalações de geração distribuída. Um crescimento expressivo se compararmos que durante esse período a economia brasileira recuou mais de 3% no PIB”, diz otimista.
Até setembro deste ano foram registrados 5.040 sistemas de geração distribuída conectados à rede elétrica do país. De acordo com projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até 2024 o número deve saltar para 1,2 milhão de unidades consumidoras no país que vão gerar a própria energia.